terça-feira, 3 de novembro de 2009


AFINAL QUEM SOU EU?

Afinal quem sou eu?
Sou um relógio do tempo
Sou um tanto de ti, do outro
e daquele que em constante pulsar
ficou ainda por chegar

Sou a onda da maré
em dia de nevoeiro
Sou a ferida sangrada no pé
do caminheiro

Sou as cinzas deitadas ao mar
E um terço por rezar
Sou a brisa ou sou vento
Sou eu, no apogeu do momento

Sou a saudade,
sou asas de liberdade
que voam com emoção
sem causa, lugar ou estação

Sou um menino a chorar
Insaciado da vida
que do chão alcança o céu
batendo asas para voar
Sou as minhas lembranças
Sou expectativa
Sou um sem fim de esperanças

Mas afinal quem sou eu?

Que voo para lugares longínquos
Que teço castelos de ilusões
Que oro em meu altar
Este meu constante amar

Quem sou eu?
Que olhos são esses que me alcançam?

Eu sou tudo, sou nada
Sou continuidade de quem amo
Sou feito de ti, do outro
E daquele que em constante pulsar
ficou ainda por chegar

Sou poesia
Sou maresia
Que escreve o sentir
Que abro o meu peito
e te amo do meu jeito

Porque o que resta, é um rasto de nada

CASTELO


CASTELO
(dedicado à minha mãe, madrinha Fernanda e avó Nenuca)

No meu castelo não há rei
não há fortes nem credos
não há regras nem lei
não há temor nem medos

Apenas sonhos e esperança
E nas portas abertas
escutam-se hinos dos risos de uma criança
e desafiam-se novas conquistas e metas

No meu castelo, existe um jardim
regado com sangue de amores
que emerge dentro de mim
para brotarem as mais belas flores

Há saudades e memória
Triunfo e vitória
O meu castelo, sois vós, minhas amadas
Fadas que pela minha vida passadas
com amor, escreveram a minha história

*in ESPÓLIO DA ALMA, a editar Tiago Seixas